Os acidentes de moto respondem por um número alto de pacientes que dão entrada no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju (SE). De janeiro até o dia 20 passado, a unidade hospitalar atendeu mais de 1.800 vítimas do trânsito. Deste universo, 1.326 ocorrências foram relacionadas aos sinistros com motocicletas.
Isso significa que 73,4% dos atendimentos envolvendo vítimas de trânsito são para motociclistas que buscaram atendimento no Huse. O grande volume de traumas tem trazido problemas para a unidade, que em alguns momentos registra uma alta lotação do setor de ortopedia.
Bruno Moura, superintendente do Huse, diz que, por ser uma unidade de referência para média e alta complexidades no tratamento de traumas, o hospital recebe praticamente toda a demanda do Estado de Sergipe, além dos circunvizinhos.
“A cada uma hora, chega um paciente vítima de politrauma nessa unidade, com 90% desses politraumatizados sendo vítimas do trânsito. E grande maioria desses acidentes são de moto”, revelou o superintendente.
Bruno lembrou que o trauma é uma das maiores razões de mortes de jovens no mundo e que em Sergipe esse cenário não é diferente. Contudo, mesmo as vítimas que acabam sobrevivendo podem ter sequelas, o que traz um impacto grande em várias áreas, sociais e de saúde.
“É algo que impacta não somente para o sistema de saúde pública, porque são pacientes de longa permanência, como também para a previdência e até mesmo a economia, porque são jovens em idade produtiva que realmente ficam com alguma sequela”, analisa.
O superintende sugere uma análise sobre esses dados e um debate para evitar os acidentes. “É uma questão mais ampla. São necessárias fiscalizações no trânsito e conscientização para reduzir essa pressão que a gente sofre, aqui no Huse, todos os dias em nossas portas”, finalizou Bruno.
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