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Endividamento das famílias bate recorde e chega a 78%

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Dívida por cartão de crédito também atinge marca histórica de 85,4%, mesmo recuando pelo terceiro mês seguido

 

A realidade econômica nos dias atuais no Brasil e no mundo não está favorável, e na última pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) essa informação se confirmou após atingir novo recorde com 78% das famílias brasileiras estando com gastos acima do seu orçamento.

O advogado especialista em recuperação de créditos e presidente da Cobrart Gestão de Ativos, Luiz Felizardo Barroso, comenta sobre o alto índice “a questão do endividamento familiar é mais profunda do que a conjuntura econômica atual incluindo questões de educação, que afunilam as ofertas de trabalho segregando indiretamente a população, ocasionando problemas financeiros. Reforço a necessidade da educação financeira”.

Ainda de acordo com a pesquisa, o número de famílias com as contas atrasadas também atingiu sua máxima histórica. No mês de julho alcançou a faixa de 29% das famílias alegando que não conseguiram efetuar o pagamento de todas as suas contas, e no mês anterior atingiu 28,5%. Comparando com o mesmo período do ano passado, também apresenta um aumento quando em julho de 2021 chegou à margem de 25,6% das famílias em situação de inadimplência, representando um aumento de 3,4 pontos percentuais.

Embora esteja no recorde com suas porcentagens, a dívida das famílias pelo uso do cartão de crédito vai na contramão dos resultados e recua pelo terceiro mês seguido. De acordo com a Peic, atualmente 85,4% das famílias possuem débitos com essa modalidade financeira, 1,2% menor que a média apresentada em abril quando chegou a 88,8%.

A designer gráfica, Thais de Souza, fala sobre a utilização do cartão de crédito durante esse período de recessão econômica, “É uma situação complicada porque no final, sempre preciso recorrer ao cartão de crédito, me sinto refém desse ecossistema financeiro, mas ainda é a alternativa que tenho para conseguir equilibrar as despesas do mês”, desabafa Thays.

Luiz Felizardo Barroso sinaliza sobre a mudança de comportamento que as famílias precisam ter para equilibrarem suas economias e pontua: “Com base em recente lei que introduziu modificações no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, resultando no Marco Legal da Inadimplência (Lei nº 14.181/2021), possibilita ao devedor convocar em Juízo seus credores e propor-lhes a liquidação de seus débitos, em uma divisão equânime entre eles, resguardado um mínimo da receita mensal do devedor, que lhe assegure sua sobrevivência. Mínimo este já até fixado em recente decreto”, finaliza o advogado.

Ainda na pesquisa foi possível observar outros indicadores, como o número de mulheres endividadas aumentou 0,5% entre junho e julho, e comparando pelo mesmo período do ano passado, atinge um aumento de 8,3%. E também que em se tratando de idade, os usuários com até 35 anos são em maior quantidade, expressados por 87,5% do total de pessoas.

 

Por  Victor Yemba

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