Durante o governo do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), líderes petistas, de movimentos sociais e entidades sindicais, muito bem assistidos por setores “comprometidos” da “grande mídia”, tinham uma “narrativa” definida: enquanto o gestor do País se excedia em suas falas, o povo mais pobre do País passava fome, enfrentava dificuldades, sem emprego, com juros altos e o custo muito alto para comprar comida. O discurso era que o governo federal precisa garantir o mínimo: a subsistência do povo brasileiro.
A eleição de 2022 já foi superada, Lula venceu Bolsonaro, a polêmica em torno das urnas eletrônicas se esvaiu, o ex-presidente já ficou um tempo nos Estados Unidos, já retornou e assumiu sua posição de destaque na liderança da oposição e do PL; mas o petista, que venceu o pleito e já deveria vim cumprindo a promessa de garantir mais qualidade de vida ao povo brasileiro, sobretudo os mais humildes, por enquanto vai se mantendo essa e outras discussões em segundo plano, supervalorizando uma ideia negativa de “vingança” contra seus adversários.
E aqui ainda não se trata da defesa de Bolsonaro ou de outros políticos que não “rezam na cartilha do PT”; não se trata de uma discussão sobre “perseguição política”, mas uma reflexão de que os problemas enfrentados pelos mais pobres durante o governo anterior, como a fome por exemplo, se perpetuam no governo Lula! Nada mudou! Ou melhor, os “atores sociais” são outros agora, mas quem se comprometeu com a “cervejinha e a picanha” durante a campanha eleitoral ainda não cumpriu! Os juros continuam altos e os custos com alimentação seguem aumentando.
Mas, como perguntar não ofende nunca, cinco meses depois já no novo governo, já com o “pai dos pobres” no Poder, onde estão os defensores da comida mais barata na mesa do trabalhador? Onde estão as pessoas que buscavam engajamento nas redes sociais, nos programas de entrevistas, que condenavam a política social do governo Bolsonaro? O brasileiro continua tendo dificuldade para comer! Alimentos que compõem a cesta básica estão ainda mais caros, mas a “turma da lacração” silenciou! Por que? Será que para essas pessoas a “picanha e a cervejinha” já chegaram?
Desde o início do ano que todos fomos surpreendidos com o 8 de janeiro, quando o novo governo e até setores da imprensa tentaram responsabilizar Bolsonaro, mas agora mais recente, estranhamente, nem a CPI para investigar os atentados queriam mais; depois a “grande mídia” ocupou boa parte do tempo de seus noticiários com a polêmica sobre as joias, que também não se consolidou; agora a “pauta nacional” é o cartão de vacina do ex-presidente (SIC)! Ao mesmo tempo, por pura vingança, Lula e seus aliados, inclusive setores do Judiciário, buscam punições para seus adversários…
Já estamos caminhando para o sexto mês do novo governo e muito pouco (ou quase nada) mudou! Até os cargos de comando dos órgãos federais ainda estão sendo negociados com o Congresso e, em alguns casos, seguem os mesmos do governo Bolsonaro. A “grande mídia” tem responsabilidade também porque silencia! Não valoriza as pautas que interessam o País, os brasileiros, como a fome, que continua, por exemplo! O que mais se vê, além da omissão, é gente querendo fazer “média” com Lula e sua trupe. Quem apostou em mudanças, acertou! Mas não foi para melhor…
Por Habacuque Villacorte